terça-feira, 12 de maio de 2015

Geração Talidomida

Durante a gravidez há períodos críticos do desenvolvimento humano. Fatores ambientais influenciam nesses períodos.
Na primeira e segunda semana do desenvolvimento embrionário pode ocorrer abortos espontâneos, e da terceira à oitava semana má-formação congênita.
Anomalias causadas por fatores ambientais podem ter a influência de agentes teratógenos, que são agentes capazes de produzir anomalia congênita ou aumentar a incidência de anomalia na população. São agentes teratógenos o tabagismo que retarda o crescimento intrauterino, os bebês nascem com baixo peso tendo assim risco de prematuridade; o álcool que influência retardo no crescimento, retardamento mental, microcefalia e doença congênita do coração; e etc.
São vários teratógenos que existem no mundo, mas o que chamou mais atenção foi a Talidomida, que é um teratógeno potente.

Essa droga foi desenvolvida na Alemanha, nos anos 50 e foi muito utilizada como sedativo-hipnótico, imunossupressor e Quimioterápico. Como ela era eficaz no controle da ansiedade e náusea, várias mulheres grávidas ou que estavam no início da gravidez e ainda não sabiam ingeriam o remédio. Ela caiu no gosto das gestantes e ganhou o mundo se tornando muito famosa. O único lugar que não era muito utilizada foi nos Estados Unidos, por que a droga não foi aprovada pelo Food and Drug Admnistration (FDA).
Depois de um tempo de uso da droga, começaram a nascer bebês com anomalias e foi visto que na ficha das mamães, todas faziam ou tinham feito uso da Talidomida. Não tinham pesquisas clínicas eficientes e os efeitos colaterais nos bebês não foram calculados, foi assim que surgiu a “geração talidomida”.
Foi estimado que quase 12.000 crianças nasceram com defeitos causados por essa droga. A característica típica da síndrome da talidomida é a meromelia – focomelia ou “membros de foca”, mas as anomalias variaram desde a amelia (ausência dos membros), passando por estágios intermediários do desenvolvimento (membros rudimentares), até a micromelia (membros anormalmente pequenos e/ou curtos).
A talidomida também causou anomalias de outros órgãos como, por exemplo, ausência das orelhas externa e interna, hemangioma da fronte, defeitos cardíaco e anomalias dos sistemas urinário e alimentar.
Em 1961 a sua retirada do mercado mundial foi imediata. A partir disso que a fiscalização do mercado de remédios se tornaram mais rigorosas sendo criadas leis de como é procedimento para um remédio ser introduzida no mercado.
Com o tempo, a talidomida apresentou um efeito benéfico, o que gerou a sua reintrodução no mercado brasileiro. A partir daí foram descobertas inúmeras utilizações para a droga no tratamento de AIDS, Lupus, doença crônico-degenerativas – câncer e transplante de medula.
Hoje, a talidomida por força da portaria n° 354 de 15 de Agosto de 1997. É proibida para mulheres em idade fértil em todo o território nacional.
Apesar da proibição, em casos especiais, médicos receitam a droga. Entretanto são previstas sansões de termo de Esclarecimento aos Pacientes e Termo de Responsabilidade Médica, ambos podem ser responsabilizados pelo mau uso da droga.
A primeira geração que apresentou as más-formações foram na justiça e recebem indenizações. Mas não existiu só uma geração causada pela talidomida, pesquisas mostram que tem terceira geração.
Mesmo com a fiscalização rigorosa as gestantes tem que ter cuidado com remédios que ingerem, sendo os mais seguros os de categoria A. Assim os bebês nascem saudáveis.

Texto baseado na aula de Embriologia
Imagens: google.com

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